WormGPT: Como a Inteligência Artificial Está Mudando o Jogo dos Cibercriminosos

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Em um mundo em que a tecnologia avança a passos largos, é natural que nos maravilhemos com as conquistas da inteligência artificial (IA). Quem nunca ficou impressionado ao conversar com um assistente virtual que parece entender exatamente o que você quer? No entanto, a mesma tecnologia que facilita nosso dia a dia está sendo usada por criminosos para fins mal-intencionados. Um exemplo recente disso é o WormGPT.

O Que é e Como Funciona o WormGPT?

Imagine ter uma máquina que escreve textos tão bem quanto qualquer ser humano, ou até melhor. Assim funciona o ChatGPT, uma criação da OpenAI. Agora, imagine que criminosos adaptassem essa ferramenta para criar mensagens de e-mail fraudulentas quase perfeitas. Essa é a essência do WormGPT. Para colocar em termos mais simples, é como se o criminoso tivesse um robô que escreve cartas de golpe tão bem que, ao lê-las, mesmo os mais desconfiados teriam dificuldade em identificar que se trata de uma fraude.

Por Que Isso é Problemático?

Voltemos ao nosso robô escritor. Agora, suponha que João, um golpista que mal sabe escrever corretamente em inglês, use essa ferramenta para criar um e-mail persuasivo, com gramática impecável, pedindo a um empresário norte-americano para transferir dinheiro urgentemente. Parece real, não parece?

Outra preocupação é a circulação, em fóruns de hackers, de dicas e truques para “enganar” ferramentas como o ChatGPT e fazer com que elas gerem conteúdos ainda mais convincentes ou prejudiciais. É como se, em um jogo, os trapaceiros estivessem compartilhando os melhores “cheat codes”.

O Que Pode Ser Feito?

A boa notícia é que, assim como a tecnologia avança no mundo do cibercrime, ela também avança no mundo da cibersegurança.

1. Treinamento Constante: Assim como realizamos treinamentos de incêndio, as empresas podem criar programas para educar seus funcionários sobre esses novos tipos de golpes. Por exemplo, simular ataques para que os funcionários saibam como identificar e agir diante de uma tentativa de fraude.

2. Sistemas de Verificação: Assim como temos filtros anti-spam, as empresas podem adotar sistemas que verifiquem a autenticidade dos e-mails recebidos, especialmente aqueles que solicitam transferências de dinheiro ou informações sensíveis.

Conclusão

Estamos em uma era em que a tecnologia pode ser tanto nossa aliada quanto nossa adversária. O importante é estarmos sempre informados, adaptando-nos às novas ameaças e utilizando as ferramentas disponíveis para nos proteger. Assim, enquanto os criminosos têm seus robôs escritores, temos nossos guardiões digitais, sempre prontos para contra-atacar.

Fábio Correa Xavier

Mestre em Ciência da Computação | Professor | Colunista da MIT Technology Review Brasil | Inovação, Privacidade e Proteção de Dados | Membro IAPP, GovDados